Muitos milhares nas ruas do Porto

Resistência com força <br>no Norte

No sá­bado, dia 8, a ma­ni­fes­tação da CGTP-IN no Porto, contra o Or­ça­mento do Es­tado para 2013, contra a ex­plo­ração e pela mu­dança de po­lí­tica, evi­den­ciou a de­ter­mi­nação de quem re­siste e luta, mas também deixou claro que as po­si­ções do mo­vi­mento sin­dical uni­tário me­recem cres­cente sim­patia da po­pu­lação.

Este é um mo­vi­mento sin­dical que não se rende

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Mais de meia cen­tena de au­to­carros, re­pletos de tra­ba­lha­dores oriundos dos dis­tritos de Aveiro, Braga, Bra­gança, Coimbra, Guarda, Viana do Cas­telo, Vila Real e Viseu, bem como de con­ce­lhos vi­zi­nhos do Porto, ru­maram ao Campo 24 de Agosto, local da con­cen­tração para a ma­ni­fes­tação dessa tarde. Para ali se di­ri­giram muitos ou­tros mi­lhares de tra­ba­lha­dores. O des­file se­guiu até à Praça da Li­ber­dade, onde teve lugar um co­mício sin­dical.

Tal como Ar­ménio Carlos aqui afir­maria, na sua in­ter­venção, ficou claro, para todos os que as­sis­tiram a esta jor­nada, que a CGTP-IN dá corpo a «um mo­vi­mento sin­dical que não se rende pe­rante as di­fi­cul­dades e que acre­dita que este povo e este País têm fu­turo». Além da nu­me­rosa par­ti­ci­pação, todo o am­bi­ente do des­file e da con­cen­tração final deixou trans­pa­recer enorme com­ba­ti­vi­dade, con­vicção e força.

A pre­sença ac­tiva dos tra­ba­lha­dores da Lac­togal ou da Sakthi, como de muitas ou­tras em­presas, em luta pela de­fesa dos seus di­reitos, com a de­ter­mi­nação de re­sis­tirem à apli­cação das me­didas gra­vosas pre­co­ni­zadas nas mais re­centes al­te­ra­ções à le­gis­lação la­boral, in­di­ciou, cla­ra­mente, que não exis­tirá ca­pi­tu­lação por parte dos tra­ba­lha­dores e dos sin­di­catos da CGTP-IN.

No­tório foi também que a po­pu­lação, em geral, saudou a CGTP-IN e a ma­ni­fes­tação com sim­patia e re­co­nhe­ci­mento. O des­file passou pelas prin­ci­pais ar­té­rias co­mer­ciais da ci­dade, com acres­cida afluência nesta al­tura do ano. Na parte pe­donal da Rua de Santa Ca­ta­rina, na en­trada da Rua de Passos Ma­nuel e na Ave­nida dos Ali­ados, foi par­ti­cu­lar­mente vi­sível o am­bi­ente de sin­tonia e iden­ti­fi­cação com que a po­pu­lação in­te­ragia com os ma­ni­fes­tantes, com o seu pro­testo e rei­vin­di­ca­ções.

Joana de Jesus, di­ri­gente da In­ter­jovem, saudou, na sua in­ter­venção, todos os jo­vens que «têm lu­tado contra esta po­lí­tica e este Go­verno», in­de­pen­den­te­mente dos seus vín­culos la­bo­rais, pro­fis­sões ou sec­tores de ac­ti­vi­dade. Para a jovem di­ri­gente, é inequí­voco que «no centro de todos os ata­ques está a ofen­siva às re­la­ções la­bo­rais». Por isso mesmo con­si­derou que muitos «já sabem que é nos sin­di­catos, nas or­ga­ni­za­ções de tra­ba­lha­dores, que todos, jo­vens e menos jo­vens, efec­tivos e pre­cá­rios, devem estar juntos» na de­fesa dos seus di­reitos.

Co­veiros fora-da-lei

Também Ar­ménio Carlos saudou todos aqueles que têm sido «os pro­ta­go­nistas» da luta, tendo re­al­çado a enorme par­ti­ci­pação e de­ter­mi­nação «na grande greve geral de 14 de No­vembro e nas ma­ni­fes­ta­ções» desse dia.

Para o Se­cre­tário-geral da CGTP-IN não existem dú­vidas de que, de­cor­rido ano e meio desta le­gis­la­tura, «Passos, Portas e Gaspar tor­naram-se em co­veiros do País», como mostra a gra­vís­sima si­tu­ação eco­nó­mica, so­cial e la­boral, de­sig­na­da­mente o de­sem­prego ga­lo­pante, a re­cessão, as de­si­gual­dades e o em­po­bre­ci­mento.

Acresce a tudo isto o re­cen­te­mente apro­vado Or­ça­mento do Es­tado para 2013, que Ar­ménio Carlos con­si­derou estar «fora-da-lei», no­tando que um cres­cente nú­mero de vozes de todos os qua­drantes po­lí­ticos aponta a sua clara in­cons­ti­tu­ci­o­na­li­dade, de­sig­na­da­mente, porque mantém o roubo dos sub­sí­dios, que o Tri­bunal Cons­ti­tu­ci­onal já re­provou uma vez. Re­la­ti­va­mente a esta po­sição, o Se­cre­tário-geral da CGTP-IN deixou um repto ao Pre­si­dente da Re­pú­blica: «Cumpra e faça cum­prir a Cons­ti­tuição», «tenha co­ragem e vete este Or­ça­mento».

Re­fe­rindo-se às pro­postas apre­sen­tadas pela CGTP-IN ao Go­verno, Ar­ménio Carlos in­sistiu na ne­ces­si­dade ur­gente de taxar o ca­pital, até «porque eles podem aguentar aquilo que nós não po­demos su­portar».

O Se­cre­tário-geral da CGTP-IN apelou ainda ao em­penho de todos na cam­panha em de­fesa das fun­ções so­ciais do Es­tado, no­me­a­da­mente pro­mo­vendo a subs­crição da pe­tição lan­çada pela cen­tral, que de­verá al­cançar «o maior nú­mero de as­si­na­turas re­co­lhidas desde sempre» em ini­ci­a­tivas se­me­lhantes.

Com a cer­teza, ali re­a­fir­mada co­lec­ti­va­mente, de que a luta con­tinua e o País tem fu­turo, Ar­ménio Carlos ex­clamou que «nós não amo­chamos», «agimos e lu­tamos por causas, va­lores e prin­cí­pios» e «não vamos dar tré­guas» aos pa­trões e seu Go­verno.




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